De acordo com o dicionário, precarização é um substantivo feminino que significa tornar algo precário, diminuir sua qualidade e eficiência. Quando associada a palavra trabalho, o que temos é a redução de direitos e condição do trabalhador em seu serviço.
O documentário
“Vidas Entregues”, aborda a precarização dos entregadores de aplicativo, trazendo
a tona as péssimas condições de trabalho, salário baixíssimo, ausência de
direitos trabalhistas e sociais. Além disso, desconstrói essa ideia romantizada
sobre as pessoas que trabalham nessa área, que muitas vezes são vistas como empreendedores,
quando na verdade são apenas pessoas desesperadas, que se submetem a essa
ausência de assistência para poder sobreviver.
Essas pessoas pagam uma mensalidade de R$20,00 pelas bicicletas (com possibilidade de adição de taxa) para poder trabalhar, e na maioria das vezes faturam bem menos de R$50,00 por dia, porque não tem muitas entregas, e mesmo se tivesse, o lucro e crédito fica todo para a empresa.
O suporte atrasa o pagamento em dias, semanas e até meses, mas se o trabalhador não entrega o pedido no tempo estimado quem paga é ele. Não existe nenhum órgão que de assistência caso o entregador sofra um acidente durante o trajeto, quem dirá se ele adoece. Greves estão fora de cogitação, já que o funcionário que se atrever a protestar por seus direitos tem seu cadastro bloqueado no suporte, o que os leva ao desemprego.
Esse sistema está cheio de falhas, mas as empresas não estão nem dispostas a fazer algo para corrigir isso, até porque pra eles o que vale é o dinheiro, e gente querendo trabalhar é o que não falta, o que contribuiu para esse ambiente de trabalho precário.
Bianca, Vitor
e Fabrício são apenas três exemplos de outros 4,7 milhões de pessoas que são
submetidas as mesmas situações. Tratados como objetos sem valor, pessoas
facilmente descartáveis e substituíveis.
Por fim, é mais que óbvio que mudanças para o bem desses trabalhadores são necessárias. Então cabe ao Governo e ao Ministério do Trabalho resolver essa situação. Deve ser criada uma legislação que obrigue as empresas a estipular um horário de trabalho, locais para refeição e descanso, se responsabilizarem pela segurança do trabalho e concederem um amparo salarial para esses entregadores.
Texto elaborado pela Jovem Ana Clara de Jesus Oliveira
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